Enquadramento do Contexto de Ensino Clínico

A fundação Ferreira Freire foi fundada a 26 de março de 1962, pelo Conselheiro Dr. José Luís Ferreira Freire (1843-1920), manifestada no seu testamento. No ano de 1991 foi autenticada como pessoa coletiva de utilidade pública pela Segurança Social, ficando conhecida por uma fundação de cariz social.

É uma instituição com equipa multidisciplinar que aposta na formação contínua da mesma, de forma a garantir melhores cuidados, tendo como reflexo a satisfação de serviços prestados, sentida tanto pelos utentes como pelos colaboradores.

Esta tem como objetivo promover atividades de proteção aos cidadãos em situação de velhice ou invalidez, quando se verifique a ausência ou diminuição de meios de sobrevivência ou capacidade para atividade profissional. Existe também a vertente de apoio e proteção à família, promoção de saúde/prevenção de doença e a promoção recreativa, cultural, convívio e cooperação com organismos oficiais (públicos ou particulares).

A Fundação tem parcerias com outras entidades, nomeadamente: Alzheimer Portugal, Associação de Desenvolvimento Progresso e Vida da Tocha, Centro Paroquial de Solidariedade Social de Ançã, CERCIMIRA, Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, Escola Superior de Tecnologias da Saúde de Coimbra, Escola Técnico Profissional de Cantanhede, Instituto da Segurança Social e Rede Social do Concelho de Cantanhede, com a finalidade de desenvolver as suas valências.

A estrutura desta instituição divide-se essencialmente nas áreas apresentadas:

• Lavandaria (serviço interno que permite o tratamento de roupa de utentes e funcionários);
• Serviços médicos e de enfermagem (cuidados de enfermagem diários e acesso a consultas médicas e gestão terapêutica);
• Serviços Sociais (que prestam o apoio social aos utentes e família);
• Área Alimentar (alimentação adequada às necessidades de cada utente, confecionada numa cozinha própria e com o cumprimento de todas as regras sanitárias em vigor e com acompanhamento de um nutricionista);
• Atividades de animação sociocultural e terapia ocupacional (de carácter lúdico, para que os utentes possam manter-se ativos socialmente e recrearem-se em áreas que sejam do seu interesse), são os recursos que podemos encontrar dentro desta instituição com o intuito de facilitar o dia a dia de quem dela precisa.

A organização dos espaços físicos e dos recursos humanos existentes estão definidos por cores, que facilitam a circulação de quem recorre aos mesmos espaços. Assim, nos espaços físicos podemos observar quatro cores distintas nas Estruturas Residenciais para pessoas idosas (ERPI's) que antigamente definiam o grau de dependência dos utentes, hoje apenas embelezem a parede. Na ERPI1:

• cor-de-rosa;
• verde;
• amarela;
• cor-de-laranja.

Na ERPI2 apenas observamos a cor-de-laranja.

Por sua vez, nos recursos humanos, também é possível observar diversas cores usadas para categorizar s vários profissionais da instituição (branco com uma pequena faixa amarela- Enfermagem; cor-de-rosa- Auxiliares da Acão Direta; verde-claro- Auxiliares de Serviços Gerais; Verde Água- Assistentes Sociais; verde-escuro- Terapêuticas Ocupacionais; toda branca- Cozinheiras e Ajudantes de cozinha; azuis- Animadores).

A Fundação Ferreira Freire tem um total de 95 funcionários, sendo que 1 é Contabilista certificado; 1 Encarregada de Serviços Gerais; 2 Encarregados de Setor; 9 Enfermeiros (sendo que 1 é coordenadora e 2 se encontram a recibos verdes); 2 Escriturários; 4 Lavadeiras; 3 Técnicas de Serviço Social; 2 Animadores (sendo que 1 se encontra a realizar estágio profissional); 2 Terapeutas Ocupacionais; 10 Auxiliares de Serviços Gerais; 47 Auxiliares da Ação Direta; 3 Cozinheiras; e 8 Ajudantes de Cozinha.

A fundação possui três respostas sociais: a ERPI (estrutura residencial para pessoas idosas); centro de dia; e serviço de apoio domiciliário (SAD). Na primeira, a ERPI, destina-se a oferecer alojamento para indivíduos com idades superiores a 65 anos que não se encontrem em condições para permanecer nas suas residências ou, simplesmente, para descanso do cuidador. Possui dois edifícios, ERPI1 com capacidade para 95 pessoas e a ERPI2 com lotação de 16 o que dá uma totalidade de 111 utentes. Deste modo, podemos afirmar que funciona como formato de alojamento coletivo distribuído pelos diversos pisos dos edifícios, sendo os utentes alocados em cada um deles de acordo com o grau de dependência nas atividades de vida diária.

A ERPI 1 está dividida por 4 setores:

• o setor 1 tem disponível 35 camas e encontram-se ocupadas 34, onde podemos ver os utentes mais autónomos;
• o setor 2 pode ser subdivido em 3 áreas:
• o setor 2 com 13 camas, todas elas preenchidas, onde iremos encontrar os utentes parcialmente autónomos;
• o setor 2 enfermarias, com 12 camas, mas apenas 10 estão preenchidas, onde observamos os utentes que necessitam de mais cuidados de enfermagem;
• o setor 2 isolamento, que não contam para contagem de vagas, contudo disponibilizam de 3 camas para emergências;
• o setor 3 com 18 camas e 2 vagas disponíveis, em que os utentes são mais dependentes;
• e o setor 4 dispõem de 17 camas, estando 13 já preenchidas, ocupadas também, por utentes dependentes.

Por sua vez, a ERPI 2, disponibiliza 16 vagas para utentes com demências, sendo que 15 se encontram já completas.

Devido à sua equipa multiprofissional, os cuidados são prestados de forma adequada e personalizada a cada utente, sustentado por um plano individual de cuidados.

Aquando da admissão, em primeiro lugar, será dada prioridade à freguesia de Tentúgal e de seguida à freguesia de Portunhos, Pocariça e Ançã e à posteriori as restantes da freguesia de Cantanhede. Outra das condições de admissão, e como já referi anteriormente, é o utente possuir uma idade superior a 65 anos, no entanto, em casos devidamente justificados poderão entrar com idade inferior, e/ou quando há necessidade de descanso do cuidador (sendo considerado uma entrada temporária). Também é necessário confirmar que nenhum destes utentes sofrem de doença infectocontagiosa que coloque em risco os demais ou de alguma doença do foro psiquiátrico/neurológico que se traduza em alterações comportamentais/cognitivas claras.

Quando não é possível dar uma resposta favorável, imediata, os utentes ficam sujeitos a uma lista de espera, que tem validade de um ano. Os critérios para a ordenação dos candidatos a residentes são: uma situação de dependência que não possa ter resposta em outro serviço; ausência/indisponibilidade de familiar/pessoa significativa para prestar cuidados; casos de isolamento/vulnerabilidade; ser já utente de outra resposta social da Fundação; e os critérios geográficos já referidos.

No que concerne á resposta social de centro de dia tem como meta evitar o isolamento social da União de freguesias de Portunhos e Outil contribuindo assim, para a melhoria da qualidade de vida do utente e das famílias. É um serviço direcionado principalmente para os idosos sendo as condições de admissão a residência na área geográfica de abrangência, apetência física/mental para admissão na ERPI e não sofrer de doença impeditiva ao normal funcionamento. Nesta valência, a instituição prevê uma situação que dá pelo nome de Período de Adaptação, que tem a duração de um mês e durante o qual é implementado um Programa de Acolhimento, onde será conhecido os vários elementos de colaboradores, como também o regulamento de funcionamento.

Os serviços prestados nesta valência passam pelo aprovisionamento da alimentação, o fornecimento de transporte para a instituição e de volta a casa, a higiene habitacional, pessoal e de roupa, atividades lúdicas (atividades de animação, organização de férias) acompanhamento às consultas médicas e, se necessário, administração de fármacos. Contudo, desde o covid que o serviço não se encontra em funcionamento.

Por sua vez, e como o próprio nome indica, o serviço de apoio domiciliário engloba a prestação de serviços no domicílio. É uma valência que presta colaboração a pessoas/famílias que se encontrem em situação de dependência física/psíquica e que não consigam satisfazer as suas necessidades básicas. Os cuidados passam por colmatar estas necessidades, desde a alimentação à higiene pessoal e habitacional, por exemplo, no Autocuidado de higienizar-se, os auxiliares da Fundação, deslocam-se a casa do cliente e ajudam no banho.

À semelhança da resposta social anterior, existe nesta valência o período de adaptação, onde é realizado o Programa de Acolhimento, acrescentando apenas, as regras de entrada e saída do domicílio do beneficiário.

Nesta fundação as visitas decorrem entre as 14:30 e as 18:45, contudo este pode ser alterado, não é permitido a entrada ou saída de bens sem uma alteração previa e as visitas são efetuadas em salas preconcebidas para o efeito.

A FFF procura promover o conforto e bem-estar do utente, como referido anteriormente, e para isso promove algumas atividades, tais como, bingo, sessões de cinema, atividades musicais, treinos de marcha, atividades plásticas, entre outras.

No que concerne à medicação, a Fundação optou por administrar a medicação já preparada, vindo da farmácia em pequenos sacos identificados com data, nome da fundação, nome da farmácia, o nome do utente, o piso em que se encontra, o nome dos fármacos e a hora em que deve ser tomada.

A passagem de turno é efetuada as 16h, onde é passada toda a informação relevante sobre o estado dos utentes durante o dia, assim como, procedimentos que terão de fazer após essa hora. Durante a noite, a partir das 22h, não há enfermeira, sendo escrito num quadro todas as alterações dos utentes até essa hora, e usadas cores para as identificar, tais como, verde- situações anormais, roxo- indicações médicas, azul- nome do utente e situação atual, preto- os débitos de oxigénio.

Ainda, foi referido que só em último recurso os utentes são enviados ao serviço de urgência, visto que tem por base os cuidados e o bem-estar do mesmo.

Em suma, a Fundação consegue dar respostas adequadas às necessidades dos utentes que dela usufruem, prestando cuidados de qualidade.